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1 de março de 2018 , por Suzana Camargo
Na distante ilha de Svalbard, no arquipélago ártico, entre a Noruega e o Polo Norte, está localizada a chamada “Arca de Noé” das sementes da humanidade. Em um imenso cofre, no meio do gelo, estão armazenadas espécies de sementes das principais variedades de alimentos do planeta. E em fevereiro, este banco chegou ao incrível número de 1 milhão de grãos, mais especificamente, 1.059.646.
O objetivo do Silo de Sementes de Svalbard, inaugurado em 2008, é salvaguardar a biodiversidade das espécies de cultivos que servem como alimento para as populações dos quatro cantos da Terra e assim, evitar sua extinção.
Já estão guardados ali, por exemplo, sementes de alimentos da África e da Ásia, como milho, arroz, trigo e sorgo, e ainda, variedades de berinjela, alface, cevada e batata da Europa e da América do Sul.
O repositório tem como meta preservar 90% das sementes existentes no mundo, doadas pelos países produtores (e que possuem os direitos e controle sobre elas). Sua capacidade total de armazenamento é 4,5 milhões de sementes, com uma média de 500 por variedade, ou seja, em um total possível de 2,5 bilhões de unidades.
O silo fica encravado no meio de uma montanha rochosa, sob uma temperatura de -18oC e com umidade bastante baixa, ideais para o armazenamento dos grãos.
No mundo todo, há mais de 1.700 bancos genéticos de sementes. Infelizmente, alguns estão sujeitos a desastres naturais ou conflitos de guerra. Quando foi-se decidido pela construção de Svalbard, pensou-se que ali seria o lugar perfeito para proteger as espécies alimentares do planeta. Mas em 2016, um dos anos mais quentes registrados até hoje, a camada de permafrost (solo que, na teoria, deveria permanenter eternamente gelado) derreteu e a água inundou 15 metros na entrada do túnel de Svalbard, como mostramos aqui, neste outro post. Não houve dano nenhum às sementes, todavia, percebeu-se que o aquecimento global é uma ameaça à segurança do local.
Recentemente, o governo norueguês anunciou o investimento de 10 milhões de euros para a construção de um novo túnel e reforçar a proteção do silo contra fontes de calor.
Até hoje, só houve um caso de pedido de retorno de sementes. Foi quando o banco de genes da cidade de Aleppo, na Síria, danificado pelo conflito que assola o país, pediu para ter novamente algumas variedades de grãos.
O silo tem como meta preservar 90% das sementes existentes no mundo.
Foto: divulgação/CIAT/Neil Palmer (abertura) e demais reprodução Facebook
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