As reuniões correntes da ReMus/RJ, realizadas mensalmente, bem como os encontros circunstanciais, dão vida prática para diferentes assuntos relacionados a políticas públicas de cultura e de museus; formação colaborativa; realização e participação em oficinas, cursos, eventos, bem como fomento, institucionalização e outros temas. Fonte: https://rededemuseologiasocialdorj.blogspot.com/p/sobre-rede.html
No dia 19 de outubro a Rede de Museologia Social do Estado do Rio de Janeiro esteve, pela primeira vez em Itaboraí, para realização do seu 9º encontro de 2024 no Ponto de Cultura Chalé Agroecológico, localizado no bairro Sossego.
Na localização do Ponto de Cultura Chalé Agroecológico encontra-se o Museu Vivo das Sementes Crioulas, preservando a agrobiodiversidade através das sementes crioulas, tradicionais e locais e os saberes e fazeres dos agricultores, povos originários e comunidades tradicionais relacionados a essas sementes e a recém formalizada Cozinha Popular Carolina Maria de Jesus, lidando com a gastronomia inclusiva, na perspectiva da formação, imersão e compartilhamento dos saberes e fazeres relacionados à cultura alimentar.
O agente cultural Jean Carlos Rocco apresenta algumas variedades de sementes crioulas no encontro.
A Cozinha Popular Carolina Maria de Jesus tem a proposta de fornecer refeições a famílias em situação de vulnerabilidade social no bairro periférico do Sossego.
Dentre as atividades programadas que foram realizadas neste encontro, a professora e gestora pedagógica do Ponto de Cultura Chalé Agroecológico, Mariluce Coelho, apresentou a oficina de plantas alimentícias tradicionais. "As plantas alimentícias tradicionais do Ponto de Cultura Chalé Agroecológico contam muito da nossa história, são patrimônio deste espaço de cultura alimentar de base agroecológica. Algumas são disponibilizadas para que possam ser multiplicadas nos territórios, porém outras não são doadas por serem parte deste acervo vivo museológico, para que possamos contar essas histórias." contextualiza.
Outra atividade concomitante foi a oficina de apresentação das sementes crioulas da carpoteca que compõe o acervo vivo do Museu Vivo das Sementes Crioulas. Segundo Jean Carlos Rocco, agente cultural e defensor popular das sementes crioulas e da agrobiodiversidade do Ponto de Cultura Chalé Agroecológico as sementes que compõem o acervo do museu não são do museu, elas são de quem se responsabilizar, socialmente, em multiplicar. "O Museu Vivo das Sementes Crioulas não é um bunker, que aguarda um possível colapso alimentar; as sementes deste acervo são da comunidade, tanto local quanto da região. O melhor local para guardar este acervo vivo é no solo, na terra. É o único acervo, que plantado gera inúmeros outros acervos. O Ponto de Cultura Chalé Agroecológico só faz a interlocução entre esses agricultores guardiões de sementes, porém a semente está com o guardião, mas não é do guardião."
Por fim, boa parte da alimentação oferecida aos participantes foi elaborada com aproveitamento integral dos alimentos; com partes das plantas presentes no quintal do ponto de cultura, como a ora-pro-nóbis, chaya, bertalha, folha de batata doce etc. O suco servido foram das mangas colhidas do pé, logo na entrada da iniciativa e das acerolas do quintal da Mariluce e as bananas do projeto de agrofloresta da agricultura urbana e periurbana do Chalé Agroecológico.
A Rede de Museologia Social do Estado do RJ segue e se constitui fundamentalmente do mesmo sentimento que impulsiona vivamente cada um dos seus participantes: o desejo de que a memória, o patrimônio e os museus não sejam espaços de reprodução da exclusão, mas sim, da representação da diversidade.
Agradecimentos:
Fernanda Nogueira da equipe ReMus/RJ pelos registros fotográficos;
Ao Beto e a Edna no Ecosítio (Ecomuseu) Filhos do Sol em Cotia/SP;
Edinho (Drº Horta) de Xerém em Duque de Caxias - Baixada Fluminense;
Flávia Godinho - Revista Itaboraí Já.
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