Museu Vivo das Sementes Crioulas - MVSC
Relatos, Sementes e Memórias
Histórico
Em meados de 2017 o projeto de agricultura agroecológica urbana Chalé Agroecológico Quintal Produtivo, Cultural e Pedagógico, iniciou um projeto de resgate e preservação da memória cultural alimentar através das sementes tradicionais, crioulas e locais. Esta atividade se deu através de encontros com campesinos guardiões de sementes, saberes e fazeres, tanto fluminenses quanto de outras regiões do Brasil, por cursos e capacitações promovidos por Movimentos de Agricultores e Defensores Populares das Sementes Ancestrais e da Agrobiodiversidade que estabeleceu múltiplos conhecimentos e diálogos a cerca da Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional. Graças a partilha e/ou doação de sementes destes agricultores que ainda mantinham a tradição ancestral de guarda destes saberes passados de geração a geração no compromisso de manter a identidade, preservação e a manutenção das sementes crioulas, tradicionais e locais, que o Chalé Agroecológico criou um acervo vivo dessas raças e variedades. As sementes ancestrais foram sendo trazidas para serem catalogadas e multiplicadas, ao seu tempo, para futuramente serem distribuídas a agricultores interessados em fortalecer a biodiversidade e a cultura alimentar local e regional. A missão do Museu Vivo das Sementes Ancestrais é promover conhecimento, partilha, perpetuação e exposição dos saberes e fazeres através das sementes crioulas, tradicionais e locais e da memória dos seus guardiões. Em 2023 o Chalé Agroecológico doa este acervo para iniciação do 1º projeto de museologia social da cidade de Itaboraí, na Região Metropolitana do RJ, intitulado, Museu Vivo das Sementes Ancestrais (MVSA).
O MVSA torna-se um local dedicado a preservação, valorização, exposição e estudos da biodiversidade e da cultura alimentar através de sementes. O MVSA funciona como um acervo de germoplasma vivo, onde diversas variedades de sementes são cultivadas e mantidas em um ambiente fértil (solo) e consequentemente, selecionadas e conservadas para inicio de um novo ciclo de produção.
Características principais do MVSA:
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Coleção de sementes: O museu abriga uma ampla coleção de sementes de diferentes espécies vegetais, muitas vezes raras, ameaçadas de extinção ou com valor histórico e cultural;
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Cultivo e conservação: As sementes são cultivadas nos espaços esternos do MVSA, utilizando técnicas tradicionais (saberes e fazeres) e sustentáveis para garantir sua viabilidade e perpetuação;
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Ensino, Pesquisa e Extensão: O museu promove a educação ambiental e a pesquisa científica sobre a importância das sementes para a biodiversidade, segurança alimentar e culturas tradicionais;
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Interação com a comunidade: O museu incentiva a participação da comunidade local nas atividades de cultivo, conservação e aprendizado sobre as sementes;
Objetivos do MVSA:
* *Preservar a biodiversidade vegetal: As sementes armazenam a diversidade genética das plantas, e sua preservação é crucial para garantir a adaptabilidade das espécies às mudanças climáticas e outros desafios.
* *Promover a segurança alimentar: A preservação da diversidade de sementes garante a disponibilidade de alimentos nutritivos e adaptados às condições locais.
* *Valorizar o conhecimento tradicional: As sementes carregam consigo o conhecimento ancestral sobre as propriedades medicinais, culinárias e culturais das plantas.
* *Educar e conscientizar: O museu serve como um espaço de aprendizado sobre a importância das sementes para o meio ambiente, a alimentação e a cultura.
* *Estimular a pesquisa científica: A coleção de sementes e as pesquisas realizadas no museu contribuem para o avanço do conhecimento sobre a botânica, a agronomia e a etnobotânica.
*Exemplos de Museus vivos das Sementes Ancestrais:
* *Museu vivo das Sementes Ancestrais da Caatinga (PE)
* *Horto das Sementes (RJ)
* *Centro Sabiá (SP):* [https://www.centrosabia.org.br/](https://www.centrosabia.org.br/)
*Importância dos Museus vivos das Sementes Ancestrais: Os Museus vivos das Sementes Ancestrais desempenham um papel fundamental na *preservação da biodiversidade vegetal, na segurança alimentar e na valorização do conhecimento tradicional*. Através da educação ambiental, da pesquisa científica e da interação com a comunidade, esses museus contribuem para a construção de um futuro mais sustentável e conectado com as raízes da nossa história.